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Deixem o Indie em Paz

Sobre as primeiras leituras de 2016...

No dia 1 de Janeiro, comecei a ler Dom Quixote e percebi logo que não iria ser tarefa fácil. Não que seja complexo, simplesmente, não o consigo ler com a minha cadência habitual de leitura, o que irá sem dúvida arrastar esta experiência mais tempo do que esperava. Não é um livro para ler numa semana (a menos que não se faça mais nada durante essa semana e se respire e expire Dom Quixote), mas duvido que o consiga ler num mês. Uns dias depois peguei no Maus, de Art Spiegelman, que devorei num instante. Apesar dos erros de sintaxe/gramaticais (ainda que propositados), coisa que me mexe tremendamente com os nervos, consegui ver a beleza deste livro (li a edição com os dois volumes) e foi um dos livros sobre o Holocausto que mais me emocionou. Logo a seguir a Maus, comecei a ler os Contos Exemplares, de Sophia de Mello Breyner Andresen, para o meu projecto Leia Mulheres de 2016. Tem contos maravilhosos e foi impossível não relembrar O Rapaz de Bronze e A Fada Oriana, lidos há tantos anos. A escrita de Sophia é tão elegante, cuidada e tão sua, que seria impossível não adivinhar que estava a ler um livro seu, se estes Contos Exemplares me fossem dados a ler sem que me dissessem o seu autor. Ainda bem que voltei a ler Sophia de Mello Breyner Andresen.

 

Eu e os planos, os planos e eu

Como já esperava, os meus planos para as leituras nos três últimos meses do ano estão-me a sair todos furados. Culpa minha, claro. Já estive mais ralada com isso, para ser sincera. Vou ler o que me apetecer e se me apetecer ler vários livros da Ferrante em três ou quatro meses, com outros à mistura, vou lê-los e pronto.

Entretanto, não resisti, e comprei Flores, de Afonso Cruz, que pretendo despachar rapidamente (estou a gostar muito). Tinha nos meus planos ler Jane Eyre muito em breve, mas acho que não estou na fase indicada para tal. Quando acabar os dois que estou a ler neste momento, vou ler as primeiras páginas e avaliar se é para prosseguir ou não. Estou numa fase em que me apetece ler mil coisas diferentes ao mesmo tempo e comprar mil livros, mas tempo, que é bom, nem vê-lo. Como vou ter quatro dias de férias no início de Novembro, vou tentar aproveitar para ler muito nesses dias, mas sem pressão.

Todos os dias passo os olhos pela minha estante e, para além de pensar que preciso de uma nova urgentemente, vou somando títulos à lista de urgentes. Quero ler tudo. Se pudesse passava o resto dos meus dias a ler a tempo inteiro. Quando é que isso passa a profissão?

 

Mixórdia de posts

Este fim-de-semana vi alguns episódios da décima primeira temporada da Anatomia de Grey e fartei-me de chorar. Penso que ainda me faltam dois para acabar a temporada, mas acho que vou ter de esperar mais algum tempo para os ver e ainda tenho de ponderar sobre ver ou não a décima segunda. É muita desgraça e eu devo andar particularmente sensível porque chorei tanto que parecia que o mundo ia acabar. Não foi nada bonito.

 

Acabei por não ter tempo de ver mais episódios de How to Get Away with Murder, tenho de ver se compenso isso.

 

Não estou numa fase boa para ler, parece que estou a sofrer de uma espécie de ressaca literária. Estou a ler Elena Ferrante e tenho a sensação que neste momento só me apetece lê-la, que ando a ler este livro muito devagarinho, como que à espera do terceiro e do quarto volumes. Não vai ser fácil separar-me de Ferrante. Como este mês estou muito atrasada com as leituras e deixei Adoecer às 100 páginas, suponho que se calhar nem vou ter tempo de ler Jane Eyre, embora queira muito lê-lo.

 

Continuo viciada em Ghost e só me apetece fazer posts sobre as músicas deles e de como estou entusiasmada com o concerto no final de Novembro, mas tenho de me controlar.

 

Ao ler este meu post de Abril fiquei cheia de saudades de ler Bolaño. A ver se leio um até ao final do ano.

 

Leia mulheres

Em mais de quarenta livros, este ano, li apenas quatro livros escritos por mulheres. Mataram a Cotovia, de Harper Lee, Sejamos Todos Feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie, Vim Porque Me Pagavam, de Golgona Anghel, e Ana de Amsterdam, de Ana Cássia Rebelo. Dos livros que decidi ler até ao final do ano, um terço são escritos por mulheres, Adoecer, de Hélia Correia, A Amiga Genial, de Elena Ferrante (considerando que se trata de uma mulher), e O Chão dos Pardais, de Dulce Maria Cardoso.

Não gosto de me sentir obrigada a nada, mas, depois do manifesto "Leia Mulheres" que vi (e ainda vejo) pelas redes sociais, apercebi-me que a maioria dos autores que leio são homens. É uma constatação, de certo modo, óbvia, já que o número de escritores é muito superior ao de escritoras, pelo que a probabilidade de ler homens é muito maior, se olharmos para toda a oferta de livros que temos à nossa disposição. Até gostava de fazer uma contagem dos livros que tenho lá em casa e ver quantos são escritos por mulheres.

Não se trata de preconceito no acto de compra/leitura de livros, aliás, não dei menos de quatro estrelas aos quatro livros escritos por mulheres que li este ano e prevejo que vá gostar muito destes três que ainda pretendo ler. Nunca senti que estivesse a desprezar as mulheres escritoras, mas, a partir de agora, vou tentar ler mais mulheres. Não vou é adoptar um sistema de quotas mínimas de mulheres por ano, ou um livro por mês, etc. Não quero definir obrigações, apenas gostava de lhes dar uma maior atenção.

 

Em falta na estante #28

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É uma das minhas capas preferidas de todos os tempos e contém alguns dos contos mais famosos de Cortázar. Já aqui falei em alguns livros seus, este é outro que mexe muito comigo. Em 2014, li as primeiras páginas deste livro, numa Feira do Livro em Cascais. Gostei muito, mas acabei por nunca o comprar.

 

Gostamos Tanto da Glenda

Julio Cortázar

2014

Cavalo de Ferro

 

Hélia Correia

Já tive a oportunidade de ler Hélia Correia, Prémio Camões 2015, nas duas primeiras edições da Granta, mas o que já tenho em mente ler há muito, muito, tempo é o seu livro Adoecer. A partir do momento em que ouvi falar dele, fiquei com a sensação de que irá tornar-se num dos meus livros preferidos de sempre o que, em simultâneo, me faz querer atrasar a sua leitura, não vá ele não corresponder às minhas expectativas.

 

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Já está na estante, embora não me pertença. Será este o ano?

 

Maratona Literária de Inverno (embora cá seja Verão)

Não me vou inscrever na Maratona Literária de Inverno, que a Cláudia falou aqui (e ainda bem porque estas coisas passam-me sempre ao lado), mas vou tentar fazê-la. Vou ter uma semana de férias em Julho e queria aproveitá-la para despachar uns quantos livros. Assim, tenho uma motivação, mas sem a pressão de ter de cumprir todos os objectivos. Alguns dos livros que indico abaixo repetem-se em alguns temas/desafios, mas há sempre pelo menos um que é exclusivo ao tema/desafio.

 

Existem semanas temáticas:

Semana 1, Fantasias, Distopias e/ou Ficção Científica: Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley), A Tormenta das Espadas e A Glória dos Traidores (George R. R. Martin).

 

Semana 2, Thriller, Suspense e/ou Terror: A Trilogia de Nova Iorque (Paul Auster).

 

Semana 3, YA Contemporâneo, Romance e/ou Drama: Um Homem: Klaus Klump e A Máquina de Joseph Walser (Gonçalo M. Tavares), Entre Dois Palácios – Trilogia do Cairo Vol.1 (Naguib Mahfouz), O Rebate (J. Rentes de Carvalho).

 

Semana 4, Livros Nacionais: O Rebate (J. Rentes de Carvalho), Servidões (Herberto Helder).

 

Além das semanas temáticas, existem outros desafios:
Um livro com figuras ou ilustrações: Calvin & Hobbes – Viva o Alasca (Bill Watterson).

 

Começa e/ou termina uma série, trilogia ou duologia: Entre Dois Palácios – Trilogia do Cairo Vol.1 (Naguib Mahfouz).

 

Um livro que alguém escolheu por ti: Vim Porque me Pagavam (Golgona Anghel).

 

Um livro que já é ou vai ser adaptado cinematografricamente: Pela Estrada Fora (Jack Kerouac).

 

Um livro com a capa azul: Servidões (Herberto Helder).

 

Um livro do género que menos leste no ano passado: A Tormenta das Espadas (George R. R. Martin).

 

Um livro que ganhaste: Nove Histórias (J. D. Salinger).

 

Um livro com mais de 400 páginas: A Glória dos Traidores (George R. R. Martin).

 

São 13 livros no total. Se conseguir ler todos, será o mês mais produtivo, em termos literários, de SEMPRE.

 

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As minhas leituras em Junho

Junho está a ser um mês particularmente bom em termos de leituras. Já li quatro livros, estou a terminar um, pretendo ler mais dois e começar o quinto volume das Crónicas de Gelo e Fogo.

Li No Meu Peito Não Cabem Pássaros, de Nuno Camarneiro, do qual gostei muito, particularmente dos personagens Fernando e Jorge, do Karl nem tanto. Tem passagens muito boas e fiquei ainda com mais vontade de ler o Debaixo de Algum Céu (ambos aquisições da FLL). Também li Sejamos Todos Feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie, uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, com cerca de trinta páginas, disponível na internet, lê-se num instante. Desta autora gostava de ler Americanah, talvez o compre na próxima FLL. Li o quarto volume das Crónicas de Gelo e Fogo, O Despertar da Magia, talvez o meu preferido até agora, tem muita acção, o enredo e as personagens estão a ficar cada vez mais interessantes e ainda ficou muito por contar, pois o quinto livro faz referência a acontecimentos paralelos a alguns eventos do quarto. Finalmente, li também O Lugar do Morto, de José Eduardo Agualusa, que reúne 25 crónicas publicadas na revista "Ler", em que Agualusa psicografou escritores já falecidos, revelando as suas opiniões sobre assuntos contemporâneos. Notei alguma insistência em certos temas, mas no geral está bastante bom, adorei a ideia, ainda não deu para tirar conclusões sobre a escrita de Agualusa, pelo que fico a aguardar pela leitura de A Rainha Ginga. Fiquei cheia de vontade de ler Jesusalém, de Mia Couto, devido à crónica em que psicografa Sophia de Mello Breyner.

Faltam-me cerca de trinta páginas para terminar A Literatura Nazi nas Américas, de Roberto Bolaño, sobre o qual ainda não tenho uma opinião bem definida. Por um lado acho a ideia espectacular, de uma criatividade e organização imensa, mas por outro não é o tipo de livro a que estou habituada a ler, nem o meu preferido. Não estou a vibrar assim tanto, mas não quero desconsiderar a nota artística, por assim dizer. Acho que vou ponderar algum tempo antes de lhe dar pontuação no Goodreads, mas estou a apontar para um quatro.

Os dois livros que quero ler a seguir são Franny and Zooey, de Salinger, e Se Isto é um Homem, de Levi. Se me sobrar tempo até ao final de Junho, começo o quinto volume das Crónicas de Gelo e Fogo.

 

Feira do Livro de Lisboa 2015 #3

Como já tinha planeado, voltei à FLL para uma última visita, na quinta-feira, último dia de Hora H. Tinha alguns livros em mente, mas tive de optar por deixar vários livros para o próximo ano. Não vale a pena comprar tudo agora, não é? Para o ano a Feira do Livro de Lisboa estará lá, no mesmo sítio de sempre, com óptimos preços e descontos. Custou-me deixar os Contos Completos, da Lydia Davis, na Relógio D'Água, e A Segunda Guerra Mundial, de Martin Gilbert, na Leya, ambos a metade do preço, mas teve de ser.

A estante ficou quase lotada com estas últimas aquisições, especialmente ali com As Benevolentes.

 

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Para o ano há mais.