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Deixem o Indie em Paz

Começar bem o dia

Estava eu descansada a abrir A Campânula de Vidro, de Sylvia Plath, que requisitei há uns dias na biblioteca (uma edição de 1988), quando me deparo com isto.

 

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O meu coração quase parou de felicidade. Duvido que seja uma assinatura falsificada. O mais provavel é este livro ter sido doado por Herberto Helder às Bibliotecas Municipais de Cascais e, por sorte, foi parar à que tenho ido ultimamente. 

 

Gostar de poesia #2

Entretanto, reparei que este ano ainda não li nenhum livro de poesia, pelo que, até ao final deste mês vou ler As Palavras Interditas - Até Amanhã, de Eugénio de Andrade. 

Depois, e já a contar com a Maratona Gelo e Fogo, que durará cinco meses, tenciono ler pelo menos três livros de poesia até ao final do ano. Em princípio serão eles: Coração do Dia - Mar de Setembro, de Eugénio de Andrade, Todas as Palavras, de Manuel António Pina, e Servidões, de Herberto Helder. Este último terá de ser lido após terminar a maratona literária, pois quero dar-lhe a minha total atenção. Tendo em conta que a poesia reunida de Manuel António Pina (Todas as Palavras) tem quase quatrocentas páginas, ler estes quatro livros trata-se de um bom objectivo para 2015 em termos de poesia. 

Para o futuro, tenho na estante uma quantidade de livros de poesia que, com jeitinho, serviam para toda uma vida. O Medo, de Al Berto, que quero muito ir lendo devagar, mas que ainda nem lhe tirei o plástico, Todos os Poemas, de Ruy Belo, outro para ser lido com calma. Depois, tenho Pena Capital, de Mário Cesariny, que fiquei cheia de vontade de ler depois de ter lido as entrevistas a Luiz Pacheco, Os Poemas, de Gastão Cruz, em modo tira-teimas, já que não gostei assim tanto do Fogo, Ofício Cantante, que pertence ao senhor lá de casa, e A Morte Sem Mestre, ambos de Herberto Helder.

Na Feira do Livro de Lisboa, no que toca a poesia, gostava de comprar o quarto e o quinto volume da poesia de Eugénio de Andrade, Poesias Completas, de Alexandre O’Neill, Uma Antologia, de W. B. Yeats e Folhas de Ervas, de Walt Whitman. Se não for tudo nesta edição, será ao longo das próximas, haja dinheiro.

 

Herberto Helder

Foi com choque que li as notícias que hoje anunciavam a morte de Herberto Helder. Não acredito em coincidências, mas não posso deixar de escrever neste post que este domingo fui jantar a Cascais e, quando passámos de carro pela casa que se diz ser a residência de Herberto Helder, o meu namorado disse-me, Diz adeus ao Herberto, e eu disse.

O meu conhecimento acerca do escritor baseia-se apenas naquilo que ouvi falar sobre a sua obra (só ouvi coisas boas) e nas inúmeras histórias que se contam sobre as edições que se esgotaram em dias e se revenderam (e revendem – nem quero imaginar agora) depois a centenas de euros. Ao longo dos últimos dois anos, adquiri vários livros seus, entre os quais, Photomaton & Vox, Os Passos em Volta, Servidões e A Morte sem Mestre, mas nunca ganhei coragem para os ler, ia-me sempre escapando com um, Vou ler a seguir, mas não cheguei a ler.

Curiosamente, o livro de entrevistas a Luiz Pacheco que estou a ler refere-o inúmeras vezes e já tinha pensado que a leitura de, pelo menos, uma das suas obras tinha mesmo de ser para breve.

Tenho de encher-me de coragem para começar a ler aquele que se diz ser um dos maiores poetas portugueses e que, infelizmente, já partiu.